Projetos de Vida de Idosos e Suas Redes de Relacionamentos Significativos: estudo sob as perspectivas moral e ética

Nome: FERNANDA HELENA DE FREITAS MIRANDA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/08/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
HELOISA MOULIN DE ALENCAR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIA BROETTO ROSSETTI Examinador Interno
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Suplente Interno
DAIANA STURSA DE QUEIROZ Suplente Interno
HELOISA MOULIN DE ALENCAR Orientador
KIRLLA CRISTHINE ALMEIDA DORNELAS Examinador Externo

Páginas

Resumo: A presente pesquisa objetivou investigar as perspectivas morais e éticas de pessoas idosas por meio da análise das possíveis relações entre as características dos participantes, o Processo de Estabelecimento de Projetos de Vida (PEPV) de idosos e a composição e efetividade das suas redes de relacionamentos significativos. Para realiza-lo, contamos com 30 participantes entre 60 e 74 anos de idade, igualmente divididos quanto ao gênero e pertencentes à classe média. Realizamos entrevistas individuais, com base no método clínico proposto por Piaget (1932/1994), baseado em um roteiro semiestruturado e aplicamos a instrumento de avaliação das Redes de Relacionamentos Significativos, proposto por Dornelas (2010). A investigação foi composta de três estudos, dos quais apresentaremos os principais resultados. O Estudo 1 foi realizado por meio de uma entrevista semiestruturada visando à caracterização dos participantes e informações iniciais sobre as redes de apoio social de cada idoso. Quanto ao estado civil, as mulheres eram casadas (n=8), viúvas (n=5) e divorciadas (n=2); enquanto os homens idosos mantinham uniões estáveis (n=6), eram casados (n=5), viúvos (n=3) e divorciado (n=1). A maioria dos participantes de ambos os gêneros eram casados há mais de 30 anos e viúvos há menos de 20. As uniões estáveis eram, em sua maioria mais recentes, com menos de 10 anos de duração. Os divórcios aconteceram entre 10 e 20 anos atrás. Quanto ao arranjo familiar, as idosas viviam com seus cônjuges e filhos (n=6), sozinhas (n=5), apenas com o marido (n=2), só com os filhos (n=1) ou com filha, genro e neto (n=1). Os homens idosos, por sua vez, viviam com suas cônjuges e filhos (n=6), com seus cônjuges (n=4), sozinhos (n=2), com cônjuge e enteado (n=1) ou ainda com filha e seu genro. Entre os vários motivos que justificavam a manutenção dos arranjos familiares, a crença na família tradicional foi o principal. No Estudo 2, aplicamos a entrevista semiestruturada na qual foram feitas perguntas sobre os projetos de vida de cada participante, solicitando informações sobre os modos alcançar os projetos elencados e as justificativas. Todas as justificativas foram categorizadas por meio do Grau de Consideração do Idoso e do Outro (GCIO). Houve 17 participantes que não apresentaram projetos de vida, os quais explicaram tal ausência com justificativas categorizadas como Desconectadas (n=16) ou Autocentradas (n=1). Sentimentos de medo, incerteza, passividade ou tristeza frente ao futuro estiveram presentes em todas as justificativas. Identificou-se que apenas 13 idosos possuíam um total de 24 projetos de vida citados principalmente pelas mulheres, as quais apresentaram 17 projetos. Os projetos foram divididos em 11 categorias, das quais quatro envolviam familiares – ‘manter ou retomar relacionamento com familiares’ (n=3), ‘cuidar de cônjuge’ (n=1), ‘bem-estar psicológico de descendente’ (n=1) e ‘acompanhar desenvolvimento de descendentes’ (n=2). As justificativas dos projetos existentes foram categorizadas como Conectadas (n=12) e Autocentradas (n=12). As maneiras de realizar os projetos de vida variaram em 16 categorias, sendo a maior parte baseada na passividade dos idosos. Finalmente, no Estudo 3 aplicamos uma adaptação do instrumento desenvolvido por Dornelas (2010), que possibilitou o levantamento da rede de relacionamentos significativos de cada participante. Os resultados desse último estudo demonstraram que as mulheres têm uma rede de relacionamentos significativos mais extensa do que os homens idosos e são mais íntimas dos membros de suas redes. A articulação dos três estudos tornou possível compreender que o estado civil, o arranjo familiar e a intimidade nas redes de relacionamentos significativos exerceram influência no estabelecimento de Projetos de Vida. A análise dos resultados possibilitou o entendimento de que há necessidade de melhor compreender a população de idosos brasileiros e pensar políticas públicas que permitam a maior valorização desses sujeitos e a mais ampla inclusão dos idosos na sociedade. Com esta pesquisa, intencionamos contribuir com a área da Psicologia da Moralidade, tendo em vista a lacuna existente no estudo dos projetos de vida de idosos sob essa perspectiva, em particular relacionando tal temática às redes de apoio social.

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