Conversa Interna e Aspectos Públicos e Privados da Reflexividade em Obesos à Espera de Cirurgia Bariátrica: Um EStudo Qualitativo

Nome: PETRA PAIM EHRENBRINK
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/03/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIANE LIMA DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDGAR SCHNEIDER Examinador Externo
ELIZEU BATISTA BORLOTI Examinador Interno
MARIANE LIMA DE SOUZA Orientador

Resumo: A conversa interna é o meio pelo qual conversamos com nós mesmos e selecionamos as informações que recebemos do mundo social. Ela tem importante papel na autorregulação e permeia a autorreflexividade, isto é, o processo reflexivo da consciência. Em uma tentativa de investigar os estilos de autoconsciência Feningstein, Scheier e Buss desenvolveram uma escala denominada Escala de Autoconsciência. O estudo identificou três fatores relacionados à autoconsciência denominados autoconsciência pública, autoconsciência privada e ansiedade social. A autoconsciência privada relaciona-se ao que as pessoas refletem acerca de questões pessoais, internas e não observáveis. A autoconsciência pública é relacionada a características que são observáveis. A obesidade é, por sua vez, uma doença publicamente observável e a autoconsciência pública, portanto, deve ser uma variável de especial relevância no processo reflexivo consciente daqueles que optam pela cirurgia bariátrica. Desta forma, o objetivo desse estudo foi descrever a relação entre a conversa interna e o estilo de autoconsciência (pública ou privada) em indivíduos candidatos à cirurgia bariátrica. O estudo seguiu uma abordagem qualitativa do tipo descritiva, com uma etapa de coleta e análise quantitativa dos dados para a determinação dos estilos de autoconsciência. Participaram 10 adultos obesos com média de idade de 40,3 anos, que responderam a dois instrumentos: (a) Escala de Autoconsciência e (b) Protocolo de eliciamento de verbalização da conversa interna com base na História do Patinho Feio. Os dados foram analisados seguindo os critérios da fenomenologia-semiótica. Os dados obtidos através da Escala de Autoconsciência foram submetidos a um tratamento estatístico descritivo simples (distribuição de frequência) para estabelecer um parâmetro da amostra e, com base nos mesmos, definir os pontos de corte para os estilos de autoconsciência. Em seguida, foi realizada uma análise qualitativa dos registros de conversa interna. Posteriormente, os estilos de autoconsciência foram comparados qualitativamente com as temáticas da conversa interna. A descrição fenomenológica dos resultados revelou seis diferentes estilos de autoconsciência, sendo eles: APRalta+APUalta (n=1), APRAlta+APUmédia (n=1) , APRmédia+APUalta (n=1), APRmédia+APUmédia (n=4), APRmédia+APUbaixa (n=1), APRbaixa+APUmédia (n=2); e 12 temáticas da conversa interna: Olhar-se no espelho, Discriminação, Crescimento pela dor, Vergonha, Ser diferente, Pensar mais nos outros do que em si, Opinião de terceiros, Não ser patinho feio, Limitações e desejo de mudança, Aceitação, Mudança e resistência, Conceito de beleza. A interpretação fenomenológica discute como o foco da conversa interna dos adultos obesos candidatos à cirurgia bariátrica enfatiza a posição do Outro no processo dialógico, ao mesmo tempo em que marca a própria posição como um lugar de diferença. Como considerações finais, apontam-se limites e possibilidades da pesquisa empírica da conversa interna e sublinha-se o seu o papel no processo de auto-observação e autopercepção.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910