Coping e Fatores de Risco/proteção para Saúde Mental de Profissionais da Saúde durante a Pandemia da Covid-19

Nome: LIVIA BARRETO SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/08/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANA PINHEIRO RAMOS Examinador Interno
ROBERTA BELIZARIO ALVES Examinador Externo
VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Resumo: A presente dissertação teve por objetivo investigar a saúde mental dos
profissionais atuantes durante a pandemia da COVID-19, identificando quais estratégias
de enfrentamento foram utilizadas, quais suas relações com os desfechos adaptativos e
desadaptativos para saúde mental, além de identificar quais são os fatores de risco e
proteção para saúde mental desta população. Para tanto, foram realizados dois estudos
distintos, que geraram dois artigos apresentados aqui. No Artigo 1 foi realizada uma
revisão de literatura integrativa com objetivo levantar o que já havia sido publicado em
termos de dados sobre a saúde mental dos profissionais da saúde durante a pandemia da
COVID-19. Foi realizada uma busca de artigos publicados entre os anos de 2019 e 2021,
nas bases de dados Pubmed, Scielo e Redalyc, utilizando os descritores “profissionais da
saúde”, “saúde mental”, “bem-estar” e “COVID-19”. Foram selecionadas 48 publicações,
seguindo a metodologia PRISMA. Os resultados indicam foco das pesquisas na saúde
mental dos profissionais da medicina, havendo poucos estudos sobre outras categorias,
principalmente a psicologia. Além disso, destaca-se a necessidade de realizar
intervenções, visto que a maior parte das publicações foram Revisões de Literatura.
Apenas 2 estudos propuseram intervenções para estes profissionais. Por fim, grande parte
das publicações foram realizadas no Brasil, o que mostra presença nacional, porém não
foi possível comparar dados brasileiros com dados internacionais. O Artigo 2, por sua
vez, consistiu em um estudo de método misto a fim de coletar dados de saúde mental dos
profissionais da saúde brasileiros destacando quais estratégias de enfrentamento foram
utilizadas e qual sua percepção individual sobre si mesmo e sobre a situação no geral.
Participaram 53 profissionais, sendo a maioria do gênero feminino (79%), com média de
idade de 34 anos (variando entre 23 e 60 anos, DP= 10,8). Destes, 17 são médicos (32%),
14 fisioterapeutas (26%), 11 equipe de enfermagem (20%), e 11 psicólogos (20%). O
estudo foi dividido em duas etapas, a primeira consiste em questionário online com dados
sociodemográficos, Inventário Brief Cope, Escala de Coping Centrado no Sentido,
PERMA Profiler, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), Escala Breve
de Resiliência e Inventário Oldenburg de Burnout (OLBI). A segunda etapa consistiu em
perguntas abertas sobre quais estratégias os participantes utilizaram, como descreveriam
sua saúde mental durante este período, como avaliam a gestão política etc. Os resultados
evidenciam que, no geral, os participantes não apresentaram médias críticas para
transtornos mentais. As estratégias mais utilizadas foram Coping Ativo, Reinterpretação
Positiva e Aceitação; a menos utilizada foi Desinvestimento Comportamental. Apesar dos
dados estatísticos não apontarem degradação preocupante para saúde mental, o relato
qualitativo dos participantes destaca período de alto nível de estresse e muitos estressores
do ambiente como fatores de risco. Porém, algumas estratégias como distração e
autocuidado foram fatores de proteção para sua saúde. Essa dissertação traz uma
importante contribuição sobre o entendimento do uso das estratégias de enfrentamento e
a demanda de mudança do que são consideradas estratégias adaptativas e desadaptativas,
além da comparação entre diferentes momentos da pandemia e que particularidades isso
trouxe para os profissionais da saúde. Sugere-se para pesquisas futuras a replicação dos
instrumentos a fim de verificar relação de causalidade entre uso de estratégias e a proteção
da saúde mental, o que pode ser generalizado para outros contextos e amostras também
em outros estudos.

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