VIVÊNCIAS DIANTE DO DESLIGAMENTO
INSTITUCIONAL COMPULSÓRIO: A PERSPECTIVA DE ADOLESCENTES NA IMINÊNCIA DA
MAIORIDADE
Nome: IVY CAMPISTA CAMPANHA DE ARAUJO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/04/2023
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ALEXANDRA IGLESIAS | Suplente Interno |
| CÉLIA REGINA RANGEL NASCIMENTO | Examinador Interno |
| FABIO SCORSOLINI-COMIN | Examinador Externo |
| LUCIANA BICALHO REIS | Examinador Interno |
| LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR | Orientador |
Páginas
Resumo: Campanha-Araujo, I. C. (2023). Vivências diante do desligamento institucional compulsório: a
perspectiva de adolescentes na iminência da maioridade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-
Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo.
De acordo com os marcos regulatórios no campo do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente, o acolhimento institucional de crianças e adolescentes se configura como um momento de
apoio transitório. Não obstante, alguns adolescentes não voltam para casa nem são adotados, resultando,
muitas vezes, na situação de institucionalização até a maioridade. É nesse cenário que ocorre a
experiência do desligamento institucional por maioridade. A partir dos relatos dos adolescentes, o
objetivo desse estudo foi compreender as vivências do adolescente na iminência do desligamento
institucional compulsório, tendo a Teoria do Amadurecimento Humano de Winnicott (TAHW) como fio-
condutor para compreensão do fenômeno em questão. Trata-se de uma pesquisa qualitativa apoiada em
um estudo de caso múltiplo. O método consistiu na aplicação dos instrumentos: entrevistas
semiestruturadas, diário de campo e técnica da Linha da vida, que foram realizados junto a seis
adolescentes em situação de acolhimento institucional, totalizando vinte e cinco entrevistas, realizadas
por meio de dezesseis inserções no campo. A análise dos resultados evidenciou que os participantes se
mobilizaram mais para falar sobre as perdas e ganhos de se viver em uma instituição, do que do
desligamento institucional, demonstrando saúde emocional em desejar viver a imaturidade inerente a um
adolescer rumo à integração. Um participante não conseguiu atribuir nenhum sentido de ganho ao
processo de estar em acolhimento e perdeu sua vida ao longo dos procedimentos de escuta realizados por
esta pesquisa. Os participantes ouvidos em todas as etapas da pesquisa, apesar das ambiguidades
presentes em seus relatos, consideravam a instituição como um espaço no qual encontravam um ambiente
suficientemente bom. Foi observado também que os adolescentes pontuaram não se sentir apoiados por
nenhuma outra política pública, além daquelas a que tinham acesso por meio da instituição. Conclui-se
que a pesquisa possibilitou a ampliação de informações a respeito do adolescer em situação de
acolhimento institucional e das expectativas e angústias relativas ao processo de ser desligado
compulsoriamente da instituição. Destacou-se ainda que políticas de apoio e suporte aos adolescentes e
ao Serviço de Acolhimento Institucional poderiam auxiliar a vivência dos desafios apresentados pelos
adolescentes.
Palavras-chave: adolescente; institucionalização; vínculo; esperança; Winnincott;
