Projeto de Vida de Jovens Negras Pobres Universitárias

Nome: DIANA NASCIMENTO FREIRE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/06/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador
MONICA NOGUEIRA DOS SANTOS Examinador Externo
RAFAEL MOURA COELHO PECLY WOLTER Examinador Interno

Resumo: Essa Dissertação de Mestrado tem como principal objetivo conhecer os projetos de vida de 10 (dez) jovens mulheres negras, universitárias e de classe socioeconomicamente empobrecidas, buscando compreender se, e como, a vivência do racismo pode influenciá-los. Estudos comparativos que analisam as desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil revelam que as mulheres negras ocupam os posicionamentos mais baixos nas escalas do mercado de trabalho, distribuição de renda, taxa de analfabetismo, condições de moradia e representação política, seja quando comparadas aos homens brancos e negros, seja quando comparadas às mulheres brancas. Há uma complexidade envolvida nas vulnerabilidades as quais as mulheres negras são expostas, visto que as desigualdades de gênero, raça e classe se interseccionam e potencializam as diferenças estruturais que demarcam espaços e lugares na sociedade. Os instrumentos utilizados foram o Questionário Socioeconômico e a Entrevista com roteiro semiestruturado. Como referencial teórico foram utilizados a Psicologia Sócio-Histórica e os estudos sobre preconceito e racismo existentes na área da Psicologia Social. Os resultados encontrados nesse estudo exploratório revelam que com relação às perspectivas de futuro as participantes planejam concluir a graduação, dar continuidade aos estudos, trabalhar, obter independência financeira e atuar em políticas públicas, ao mesmo tempo que se encontram preocupadas com o cenário político atual. A permanência na universidade, incertezas com relação ao futuro, dificuldades financeiras, conflitos familiares, oportunidades e atuação em movimentos sociais aparecem como fatores marcantes em seus projetos de vida. O apoio familiar das figuras femininas da mãe e da avó, contribuem para que seus projetos de vida possam ter uma oportunidade de serem construídos. Com base nos relatos das participantes foi possível afirmar que o racismo influência na construção de seus projetos de vida, visto que o longo processo de escravidão vivido no Brasil e suas consequências acarretaram uma sociedade em que o racismo estrutural, o preconceito, os estereótipos que envolvem ser uma mulher negra, as diferenças sociais, as faltas de oportunidades e a negação de acesso a direitos básicos exercem forte influência na construção de seus projetos de vida. Tais resultados nos permitem a interpretação e discussão sobre como o racismo comparece na vida dessas jovens limitando a construção de seus projetos de vida e sua existência.

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