Dependência química: avaliação das funções executivas, nível de fissura e estratégias de coping utilizadas por usuários de crack
Nome: SARA BAHIA COSTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 09/12/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIANE LIMA DE SOUZA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS | Examinador Interno |
MARIANE LIMA DE SOUZA | Orientador |
RUBENS JOSÉ LOUREIRO | Examinador Externo |
Resumo: O transtorno relacionado ao uso de substâncias psicoativas ou à dependência química gera consequências devastadoras na vida das pessoas que são acometidas por este problema, além de impactar de forma prejudicial os familiares e a sociedade. Entre as variáveis cognitivas relacionadas à dependência química, as funções executivas de flexibilidade cognitiva e a atenção tendem a apresentar funcionamento alterado, com impacto sobre o repertório de estratégias de coping utilizadas pelos usuários no momento da fissura. O problema de pesquisa foi estruturado em torno da pergunta de como as variáveis nível de fissura, funções executivas e estratégias de coping podem explicar aspectos cognitivos do fenômeno da dependência química em usuários de crack. O objetivo desta pesquisa foi, portanto, identificar as relações entre as funções executivas de flexibilidade cognitiva e atenção, o nível de fissura e as estratégias de coping utilizadas pelos usuários de crack. Dividida em duas etapas, a pesquisa seguiu um delineamento quantitativo, enquadrado no formato de levantamento e com corte transversal. A etapa 1, intitulada Dependência do crack: repercussões nocivas nas funções executivas e estratégias de coping, contou com 26 adultos na faixa etária de 20 a 53 anos que responderam a quatro instrumentos: (1) Teste de Atenção Concentrada (TEACO FF) para medir a atenção, (2) Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCTS) para investigar comprometimento na flexibilidade cognitiva, (3) o Obsessive Compulsive Cocaine Scale (OCCS) para categorizar o nível de fissura e (4) o Inventário de Estratégias de Coping para mapear as estratégias utilizadas no momento da fissura. Os dados foram processados e analisados com o teste estatístico denominado Correlação de Spearman. Os resultados apontaram que 53,85% dos participantes apresentaram comprometimento na flexibilidade cognitiva e na atenção. Os 26 participantes utilizaram as estratégias de Coping com intensidade baixa. Concluiu-se que os usuários com déficits mais acentuados na flexibilidade cognitiva e atenção apresentaram repertório de estratégias menos desenvolvidos. A flexibilidade cognitiva e a atenção mais preservadas foram associadas a um repertório mais desenvolvido. A etapa 2, intitulada Fissura na dependência do crack: estratégias de coping utilizadas pelos usuários identificou que níveis mais graves de fissura foram associados a repertórios reduzidos e níveis menos graves de fissura foram associados a repertórios mais amplos de estratégias de Coping. Estes resultados sugerem a necessidade de investir em ações que ampliem o repertório de estratégias de Coping para o manejo adaptativo da fissura em usuários de crack. Diante do exposto, apresenta-se nas Considerações Finais como produto a sugestão de um programa de intervenção direcionado para a amplificação das estratégias de coping.