O Aspecto Afetivo da Conduta: um Estudo Sobre a Motivação para o Tratamento da Dependência Química.

Nome: POLYANA BARBOSA SCHIMITH
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 08/06/2018

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALICE MELO PESSOTTI Examinador Externo
CLÁUDIA PEREIRA DO CARMO MURTA Examinador Externo
HELOISA MOULIN DE ALENCAR Examinador Interno
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Examinador Interno
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ Orientador

Resumo: Esta tese teve como objetivo investigar os aspectos afetivos envolvidos tanto na motivação para buscar espontaneamente o tratamento para a dependência química quanto na motivação para manter o tratamento. A pesquisa empírica, de natureza qualitativa e exploratória, foi realizada por meio de cinco estudos de caso. Para a coleta de dados, foi utilizada uma série de quatro entrevistas semiestruturadas com cada um dos participantes. Participaram da pesquisa cinco homens que encontravam-se internados em uma clínica de amparo e recuperação de dependentes químicos, localizada na região metropolitana de Vitória. Para tratamento e análise de dados, utilizamos a Análise de Conteúdo. Para investigar a participação da afetividade na mudança da conduta, por conseguinte, na decisão de romper a relação com a droga, buscando o tratamento, adotamos abordagem sobre motivação apresentada por Jean Piaget (1954/2014a), segundo a qual a afetividade atua como móbile das ações. Os principais resultados apontam que, no momento de tomar a decisão de buscar pelo tratamento, os participantes passavam por um intenso sofrimento; ao longo do tratamento, o sentimento de culpa predominou, mobilizando a ação de mantê-lo. O rompimento da relação com a droga envolveu alguns outros sentimentos além da culpa, tais como vontade, tristeza, vergonha e medo, que tanto podem motivar o rompimento quanto a manutenção do consumo de drogas. A partir desses dados, por meio do referencial psicanalítico (Lacan, 1975/2016), compreendeu-se que a dependência química se trata de uma relação de gozo entre um sujeito e o objeto droga, na qual, por vezes, o sujeito se reduz a própria droga. Assim, na perspectiva da psicanálise, foi examinada a função do supereu, e de seu imperativo de gozo, na dependência; e, além disso, a participação do sentimento de culpa na motivação para o tratamento. Os principais resultados apontaram que, na prática clínica, é delicado fortalecer o supereu por meio da culpa; quanto ao rompimento da relação com a droga, ela ocorreu sempre de maneira imprevisível.

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