Comunicação e linguagem nas relações interpessoais: Conceitos e métodos comportamentais no estudo do autoclítico Lexical

Nome: RAFAEL RUBENS DE QUEIROZ BALBI NETO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/08/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZEU BATISTA BORLOTI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZEU BATISTA BORLOTI Orientador
MARIA JÚLIA FERREIRA XAVIER RIBEIRO Examinador Externo
MARIANE LIMA DE SOUZA Examinador Interno
ROSANA SUEMI TOKUMARU Examinador Interno
VERÔNICA BENDER HAYDU Examinador Externo

Resumo: No foco da prática do Treinamento de Habilidades Sociais (THS), os repertórios interpessoais são analisados por suas consequências reforçadoras: no longo prazo são classificados como assertivo; no curto prazo, agressivo ou passivo, conforme as propriedades definidas pela cultura. Esta classificação também é aplicada ao comportamento de comunicação (idiomática ou não), que tem como produto estímulo para outro comportamento, verbal ou não. A análise skinneriana do comportamento verbal avança a interpretação e a explicação funcional dos determinantes da comunicação humana, incluindo os elementos autoclíticos desses repertórios interpessoais. Todavia, pesquisas sobre autoclítico apresentam limitações de alcance e impacto, já que é difícil reconhecer a função das suas variações topográficas. Contribuindo com a perspectiva comportamental do THS, a tese defendida aqui é que na comunicação verbal vocal idiomática os autoclíticos alteram os operantes básicos de tal forma que proporcionam ao ouvinte condições mais prováveis de o falante obter consequências reforçadoras, positivas ou negativas. Sua defesa se faz com três estudos inter-relacionados, com os objetivos de: (a) descrever as diferentes topografias da resposta do comportamento humano de comunicação, propondo taxonomia; (b) apresentar método de classificação de autoclíticos gramaticais idiomáticos lexicais, com base na classificação gramatical da língua portuguesa, ilustrando sua aplicação com transcrição de verbalizações; e (c) analisar os processos autoclíticos idiomáticos lexicais em comportamentos verbais de repertórios passivos, agressivos e assertivo de pessoas adultas. Os métodos para isto foram, respectivamente: (a) revisão de literatura sobre termos-tema e elaboração de critérios (táxons) de classificação das repostas de comunicação; (b) auto-observação da análise funcional de transcrições de discursos na descrição de um método de classificação de autoclíticos; e (c) classificação e análise de autoclíticos nos discursos de 4 participantes-atores (2 de cada sexo) e de 2 interlocutores-confederados (de ambos os sexos) durante a aplicação da Escala de Avaliação da Competência Social – os participantes-atores interpretaram personagens com discurso de repertório predominantemente passivo e agressivo; os interlocutores, assertivo. Os resultados inter-relacionados são: (a) uma taxonomia da resposta de comunicação com 29 possibilidades de classificação da mesma, com base no contexto de sua ocorrência, no meio em que ela tem efeito e nas suas formas e nas do seu produto; (b) uma proposta metodológica de classificação de autoclíticos gramaticais lexicais com três passos analíticos (Preparação, Classificação e Revisão); e (c) um estudo empírico indicando que: discursos agressivos são mais socialmente competentes do que os passivos, e caracterizados por frequências absolutas elevadas de autoclíticos (especialmente quantificadores e relacionais); discursos com a propriedade passividade têm porcentagens elevadas de qualificadores ou manipulativos; os com assertividade, de quantificadores e relacionais. Descritivos e manipulativos sinalizam incompetência social ou baixa assertividade, pois se apresentam em porcentagens elevadas nos discursos passivo e agressivo; quantificadores sinalizam competência social ou assertividade, pois ocorrem em porcentagens elevadas no discurso assertivo; qualificadores relacionam-se fortemente ao discurso passivo; e relacionais são funcionalmente emitidos na defesa dos direitos, com porcentagens elevadas nos discursos assertivo e agressivo. As três principais conclusões da tese são o estreitamento da interlocução entre analistas do comportamento e estudiosos da comunicação (idiomática e não idiomática), a possibilidade de aumentar a concordância na classificação dos autoclíticos lexicais e a comparação da análise funcional do comportamento verbal autoclítico nos repertórios-foco no THS.

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