A importância de ter alguém com quem contar: suporte social percebido e coping em cuidadores familiares de crianças com paralisia cerebral

Nome: NÁDIA BOLDI COUTINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/09/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador
KAROLINA ALVES DE ALBUQUERQUE Suplente Externo
KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA Suplente Interno
LUCIANA BICALHO REIS Examinador Externo
TERESINHA CID CONSTANTINIDIS Examinador Interno

Resumo: Ser responsável pelo cuidado e manejo cotidiano de uma criança com paralisia cerebral (PC) pode implicar em um contexto estressor, capaz de gerar sobrecarga física e emocional. Isso porque crianças com PC apresentam níveis diversos de limitações funcionais e, portanto, níveis diferentes de dependência na realização das atividades de vida diária. Fatores contextuais, como o suporte recebido podem afetar a percepção do estressor e, consequentemente, as estratégias utilizadas pelos cuidadores para o enfrentamento da adversidade. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo principal descrever e analisar as relações entre fatores contextuais, como estressores, suporte social percebido, e as estratégias de enfrentamento de cuidadores de crianças com paralisia cerebral. A amostra deste estudo foi composta por 47 familiares de crianças com paralisia cerebral atendidas na APAE, Vitória, ES. Esses familiares responderam ao protocolo de entrevista sobre características gerais e clínicas da criança. Em seguida, foram aplicados os instrumentos: Escala Multidimensional de Suporte Social Percebido (EMSSP) e Questionário de Respostas ao Estresse (Versão dos Pais) – Paralisia Cerebral (RSQ-PC), para análise do suporte social percebido, estressores e estratégias de coping, respectivamente. Os protocolos das características gerais e clínicas foram analisados descritivamente, sendo aplicado aos dados cálculos de frequência, proporção, média e desvio padrão. Os instrumentos RSQ-PC e EMSSP foram processados, descritos e analisados a partir de suas próprias normas e indicações autorais. Após a análise descritiva, foi aplicado tratamento estatístico inferencial para verificar as relações entre as variáveis de interesse do estudo, a saber: suporte social percebido, estressores e coping. Os resultados mostraram que os cuidadores eram, em sua maioria, mães, casadas, com média de idade de 35,7 anos (DP=8,35). A análise descritiva mostrou que os cuidadores percebem suporte social, com o domínio “outros significantes” mais referido. A média de estressores percebidos no contexto do cuidado da criança com PC foi de 31,29 (DP = ±8,67). O “Coping de Controle Secundário” e o “Engajamento Involuntário” foram as respostas de enfrentamento ao estresse mais frequentes. As análises inferenciais confirmaram a hipótese de associação entre o suporte social e as respostas de enfrentamento ao estresse: correlação positiva moderada com “Coping de Controle Primário”, correlação positiva fraca com “Coping de Controle Secundário”, correlação negativa fraca com “Engajamento Involuntário” e correlação negativa moderada com “Desengajamento”. Análises de regressão mostraram o valor preditivo da variável suporte social global para respostas de enfrentamento ao estresse e engajamento (Coping de Controle Primário e Coping de Controle Secundário). Variáveis clínicas (horas semanais de terapia) e sociodemográficas (idade e escolaridade do cuidador e sexo da criança) também se associaram com o coping. Conclui-se que, apesar da presença do evento estressor, a percepção de receber suporte, sobretudo um suporte emocional, contribui para respostas de enfrentamento mais engajadas em cuidadores de crianças com PC.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910